29.9.06
>> Fracassa técnica que evita injeção de insulina em diabéticos.
São Paulo - Uma pesquisa demonstrou que transplantes de células produtoras de insulina, que chegaram a reverter casos de diabete tipo 1, não prosperaram. Os transplantes livraram 36 pacientes das injeções de insulina, mas temporariamente. Após dois anos, 86% voltaram a recorrer às injeções. O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine.
28.9.06
>> O brasileiro e a má postura.
A constatação é da pesquisa Postura e Controle Postural, da Universidade de São Paulo , que avaliou o perfil de 115 pessoas saudáveis entre 19 e 43 anos. Uns apresentam inclinação do corpo para o lado esquerdo, outros para o direito e são raros os que têm a silhueta ereta, sem estarem tortos. As pessoas foram analisadas no Laboratório de Biofísica da Escola de Educação Física e Esporte da USP. Mas ao contrário do que se possa imaginar, o desvio postural não é sinônimo de anormalidade, mas exige atenção ao biotipo nacional. A revelação do padrão brasileiro pode indicar novas preocupações e atenção a pontos que poderiam passar desapercebidos anteriormente Segundo os fisioterapeutas, os casos mais preocupantes estão numa faixa de cinco a sete graus de curvatura. Os especialistas apontam que o corpo-humano é uma junção de ossos e músculos. Quanto mais curvo, mais gasto de energia, dores e problemas como lesões a longo prazo. Mas há solução. Os fisioterapeutas informam que programas de atividade física, bem orientados em conjunto com exercícios fisioterápicos, podem contribuir para reduzir a curvatura da coluna e melhorar a postura corporal.
>> Cai número de doações de órgãos no País.
São Paulo - As doações de órgãos estão diminuindo. Segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), só 532 mortos no País tiveram seus órgãos retirados até junho - 5,8 doadores por 1 milhão de pessoas. Em 2004 e 2005, os índices foram de 7,4 e 6,3. No semestre, foram feitos 8.563 transplantes.Os órgãos de um morto podem beneficiar até 15 pessoas. Para a ABTO, um dos problemas é o fato de os médicos não informarem imediatamente as mortes encefálicas, pois os órgãos devem ser retirados quando o cérebro parou de funcionar, mas o coração ainda bate. Hoje é o Dia Nacional do Doador de Órgãos.
27.9.06
>> Fabricantes processados por causa de cigarros light.
São Paulo - Em um golpe para a indústria do tabaco, um juiz federal americano concedeu status de ação coletiva a um processo que pode beneficiar dezenas de milhões de fumantes de cigarros light. A decisão abre caminho para um pedido de indenização de cerca de US$ 200 bilhões contra os fabricantes.O juiz distrital Jack Weinstein tomou a decisão em um processo de 2004, que alega que as empresas Philip Morris, R.J. Reynolds, Lorillard e outras reagiram às questões de saúde pública suscitadas pelo hábito de fumar com uma campanha de mentiras.O 'coletivo' representado na ação inclui qualquer um que tenha comprado cigarro com a palavra light no rótulo desde que esse tipo de produto chegou ao mercado, nos anos 70 - cerca de 60 milhões de pessoas, estimam os advogados.O julgamento da ação está previsto para 22 de janeiro de 2007. Mas a decisão já derrubou as ações das empresas. Na bolsa de Nova York, no começo da tarde de ontem, as ações da Altria, dona da Philip Morris, caíam 3,8%. Em Londres, as ações da Reynolds American perderam 2,39%.Defendendo o status coletivo da ação, o advogado que representa os fumantes, Michael Hausfeld, disse que os fabricantes usaram uma estratégia de marketing para promover produtos light como alternativa de baixo risco aos cigarros comuns, embora tivessem acesso a estudos mostrando que os riscos eram praticamente iguais. 'Eles sabiam que estavam vendendo morte', disse o advogado. Hausfeld afirmou ao juiz que uma análise de especialistas concluiu que 90% dos fumantes compraram cigarros light por questões de saúde. Advogados de defesa argumentam que, sem interrogar cada fumante, é impossível determinar os motivos de cada um para comprar cigarros.Outro estudo - base do pedido de indenização - avalia que os fumantes, se conhecessem os riscos à saúde, teriam esperado descontos de até US$ 0,80 por maço comprado.
>> Juíza determina que plano pague 210 dias em spa.
São Paulo - Uma discussão jurídica inédita no País avalia o direito do cidadão a uma temporada no spa: neste caso, a 210 dias. A dona de casa baiana E.D.B., de 39 anos, ingressou com pedido na Justiça para garantir tratamento de obesidade mórbida num centro que oferece academia, aula de dança, aeróbica, hidroginástica, nutricionista, fisioterapia e massoterapia. As despesas - R$ 90 mil segundo ela e R$ 210 mil de acordo com o plano de saúde - ficariam por conta da Golden Cross Assistência Média de Saúde, da qual E. D. B. é cliente.Por enquanto, ela vem ganhando a batalha judicial: obteve uma liminar na 2ª Vara Especializada de Defesa do Consumidor da Bahia, depois confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado. Desde 2004, a jurisprudência no TJ baiano manda atender aos pedidos para tratamento de obesidade mórbida. Mas é a primeira vez que essa garantia inclui estadia num spa. 'Quando a dignidade do ser humano é afetada, a Justiça tem que agir', afirma a juíza Ana Ferreira, que concedeu a liminar pela qual, além do direito à internação, a dona de casa terá todos os exames e remédios custeados pela Golden Cross. A diária é de R$ 431,64, declarou E. D. B. em nota à imprensa. Já a empresa diz que o custo diário que está sendo obrigada a arcar é de R$ 1 mil.E. D. B está internada no Spa Salute Bahia há quatro meses. Só pode sair de lá de 15 em 15 dias, por no máximo 24 horas. Ficará internada por 210 dias, segundo indicação de seu endocrinologista, Cristiano Gidi Portella.Tratamento IndispensávelPortella afirma que o tratamento é indispensável e a obesidade mórbida é uma doença como outra qualquer, com risco de vida. O índice de massa corpórea (IMC) da dona de casa está em 48. Um IMC a partir de 40 indica obesidade mórbida. A paciente alega pesar atualmente 99 quilos, 30 a menos do que quando entrou no spa.Ao fazer sua inscrição no plano, em setembro de 2005, ela declarou pesar 82 quilos. "Comecei a engordar descontroladamente, o que desencadeou de forma acelerada a obesidade mórbida", diz E. D. B. "Mas respeitei todas as carências do plano e o tratamento a que estou sendo submetida é médico, não estético."'SPA é privilégio'A Golden Cross afirma no processo que E. D. B. está pesando 139 quilos, o que equivale ao ganho de dez quilos por mês desde a assinatura do contrato. A empresa desconfia da informação e acusa a dona de casa de agir com má-fé ao declarar seu peso.Para o superintendente jurídico da Golden Cross, Carlos Henningsten, uma paciente que corre risco de vida não deveria se hospedar num spa e sim ser internada em um hospital.O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo Almeida, concorda. "Planos de saúde oferecem serviços médicos. Desde quando um spa pode ser considerado serviço médico? Para obesidade mórbida, há uma série de tratamentos previstos por sociedades médicas. E, estes sim, oferecidos por planos de saúde". Para a Abramge, a atitude da Justiça baiana é um despropósito capaz de levar operadoras de saúde à bancarrota."Estudos mostram que nesses níveis de obesidade, o tratamento indicado é cirúrgico", diz o professor de cirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (de redução de estômago) Nilton Kawahara. "O tratamento recomendando é dieta e atividade física, junto com nutricionista, psiquiatra e endocrinologista, que o plano de saúde deve cobrir. Spa é privilégio."Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a médica Valéria Guimarães afirma que não há nenhuma diretriz formal que indique a internação num spa como tratamento. 'Nos casos de obesidade mórbida, a indicação clássica é restrição alimentar, associada a uso de medicamentos e, se necessário, internação hospitalar ou cirurgia', afirma. 'A ética também determina que todos os recursos disponíveis para salvar a vida do paciente sejam usados', pondera.Além de planos de saúde, o próprio serviço público oferece cirurgia de redução de estômago. A operação passou a ser custeada pelo governo federal em 2001. Entre 2000 e 2005, foram realizadas no País 7.774 operações. O Estado da Bahia passou a oferecer as cirurgias de forma gratuita em 2005.
26.9.06
>> Franceses farão primeira cirurgia em humano em gravidade zero.
Paris - Uma equipe médica francesa operará um homem sob condições de ausência de peso nesta quarta-feira, a primeira vez em que um feito do tipo é tentado e que, espera-se, será um passo rumo à execução de cirurgias no espaço.Voando sobre o sudoeste da França a bordo de um Airbus especialmente adaptado, cirurgiões presos por cintos de segurança tentarão remover um cisto sebáceo do antebraço de um voluntário, numa operação de três horas. O Airbus A300 Zero-G foi projetado para realizar manobras como as de um carro de montanha-russa, simulando ausência de peso. Ele realizará cera de 30 curvas do tipo durante o vôo.Os detalhes sobre a operação são poucos. O evento foi anunciado pelo cirurgião Dominique Martin e pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais, ou CNES. A cirurgia é parte de um projeto apoiado pela Agência Espacial Européia (ESA) que tem como objetivo desenvolver robôs-cirurgiões teleguiados para uso no espaço. A ESA não comenta a operação, repassando todas as questões da mídia para o CNES.A equipe de Martin tornou-se a primeira a realizar uma microcirurgia em condições de gravidade zero no início do ano, reparando uma artéria de 0,5 mm na cauda de um rato.Martin escolheu o paciente de quarta-feira porque o voluntário é um praticante de bungee-jumping, e está acostumado a mudanças bruscas de aceleração, de acordo com a porta-voz Frederique Albertoni.
>> Abandono de remédios é pior para cardíacos e diabéticos.
Chicago - Estudo realizado nos Estados unidos mostra que muitos pacientes param de tomar remédio bem antes do que deveriam, dizem pesquisadores, e a decisão pode ser letal quando as drogas têm como alvo problemas cardíacos e diabetes. Foi necessário apenas um mês de alta hospitalar para que 1 em cada 8 pacientes de ataque cardíaco parasse de tomar os remédios receitados, de acordo com estudo envolvendo 1.521 pessoas."Um mês é bem surpreendente", disse o médico e co-autor do estudo, Michael Ho. Os pacientes cardíacos que pararam de tomar três remédios comprovados - aspirina, beta bloqueadores e estatinas - tiveram o triplo da chance de morrer no ano subseqüente do que os pacientes que continuaram com as pílulas. O estudo não tentou descobrir o que leva as pessoas a interromper a medicação, mas os pacientes que abandonam as pílulas tendem a ser mais velhos, solteiros e com menos anos de estudo.Eles estão em boa companhia: o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton - um homem casado, relativamente jovem e bem estudado - parou de tomar estatinas por conta própria e, aos 58 anos, teve de se submeter a uma cirurgia para escapar do risco de ataque cardíaco. O estudo sobre pacientes que abandonam a medicação aparece na edição de hoje de Archives of Internal Medicine. A edição do periódico é dedicada a estudos sobre pacientes que abandonam o remédio sem recomendação médica.Outro dos trabalhos avaliou os históricos médicos de 11.532 pacientes de diabete. Descobriu-se que os que não tomam remédios - hipoglicêmicos, remédios para pressão e estatinas - tinham taxa maior de internação e morte. A ligação não foi tão pronunciada como no caso dos cardíacos, mas ainda assim foi significante.
>> Alzheimer age como doença da vaca louca, revela estudo.
São Paulo - Dois estudos publicados hoje na revista Science abrem novos caminhos para a compreensão dos estágios iniciais do mal de Alzheimer, doença que degenera o cérebro, provocando gradativamente a perda de memória.No principal deles, cientistas injetaram em camundongos a proteína beta-amilóide retirada do cérebro de pacientes com a doença e observaram que os animais sofreram lesões semelhantes às causadas por Alzheimer.Acredita-se que a proteína seja responsável pela formação de placas no tecido cerebral que levam os neurônios à morte, mas ainda não se sabe muito bem como esse processo se inicia nem se ela é realmente a causa da degeneração.Pesquisadores liderados por Melanie Meyer-Lühmann, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, perceberam que a beta-amilóide germinou no cérebro dos ratinhos contaminando as demais amilóides saudáveis de um modo parecido com o que ocorre com os príons, proteínas responsáveis por doenças como a da vaca louca. Entretanto, ninguém está sugerindo que a beta-amilóide haja, assim como ocorre com os príons, como um agente infeccioso.A equipe percebeu ainda que há várias linhagens da beta-amilóide. 'Esta descoberta pode nos fornecer uma nova maneira de entender como a proteína muda sua forma para se tornar tóxica', comentou o neurocientista Sam Gandy, da Universidade Thomas Jefferson da Filadélfia. O problema é que justamente não se sabe o que faz com que uma 'boa' proteína se transforme.Se os cientistas conseguirem determinar qual versão desencadeia a formação das placas, poderá ser possível atacar a doença antes que ela tome o cérebro, afirmou Mathias Jucker, um dos autores do estudo.
22.9.06
>> Brasil faz grande estudo sobre diabetes e hipertensão.
São Paulo - O Ministério da Saúde começou, em janeiro deste ano, o maior estudo já desenvolvido na América Latina, e um dos principais em todo o mundo, para avaliar as causas e os efeitos da hipertensão arterial e do diabetes na população brasileira. Aproximadamente 35% da população acima dos 40 anos no Brasil sofre de hipertensão arterial, o que significa cerca de 12 milhões de brasileiros. Já o diabetes atinge 11% dos brasileiros na mesma faixa etária, o que corresponde a quase 4 milhões de pacientes. Doenças muitas vezes evitáveis, com a adoção de hábitos saudáveis, hipertensão e diabetes provocam milhares de mortes todos os anos e geram altos custos para o Sistema Único de Saúde (SUS).Preocupado com essas estatísticas, O Estudo Multicêntrico Longitudinal em Doenças Cardiovasculares e Diabetes Mellitus (EMLDCD), também conhecido como Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa/Brasil), avaliará a saúde de cerca de 15 mil pessoas por período que pode variar de 20 a 30 anos.Consórcio formado por instituições de ensino superior foi selecionado - por meio de chamada pública - para o desenvolvimento da pesquisa. As universidades federais de São Paulo (USP), de Minas Gerais (UFMG), da Bahia (UFBA), do Espírito Santo (UFES) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), além da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), acompanharão a rotina e os hábitos alimentares dos voluntários ao longo de pelo menos 20 anos.
>> Dormir pouco pode aumentar risco de hipertensão.
São Paulo - O (mau) hábito de dormir poucas horas por noite pode ser uma das causas da hipertensão arterial. Um estudo publicado na revista médica Hypertension mostrou que, mesmo eliminando fatores de risco como obesidade e diabetes, pessoas que dormem cinco horas ou menos diariamente têm mais risco de adquirir hipertensão arterial. A pesquisa foi feita com 4.800 voluntários, com idades entre 32 e 59 anos. Todos foram acompanhados por 10 anos.
>> Número de transplantes volta a crescer em SP.
São Paulo - Foram exatos 370 dias de espera. Inscrito em 25 de abril de 2005 para um transplante renal, o jornalista Gabriel de Carvalho Navajas, 27 anos, foi operado no último 1º de maio no Hospital do Rim e Hipertensão. "Minha mãe me acordou para dizer que o rim haveria chegado. Pensei que estivesse sonhando e voltei a dormir. Mas, ao me dar conta de que era real, pulei da cama e comecei a me trocar. Mal conseguia amarrar o tênis de tanta ansiedade. Nem acreditei que, em tão pouco tempo, eu ia fazer o transplante. Eu rezava e continuo rezando até hoje para a pessoa que me doou o rim", diz.Navajas, que enfrentou uma dura rotina - foram 16 meses de hemodiálise (três vezes por semana, quatro horas por sessão) - até o dia do transplante, faz parte de uma feliz estatística divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde, ontem: o número de transplantes cresceu.O aumento, ainda tímido (5% no semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado), foi comemorado pelo coordenador da Central de Transplantes do Estado, Luiz Augusto Pereira. "É um dado muito importante, com certeza, pois vem subindo progressivamente. Hoje temos dez equipes, quatro na Capital e seis no Interior, responsáveis pelos transplantes", explica. Pereira atribui o saldo positivo a melhorias no processo de captação de tecidos e campanhas de conscientização sobre a importância da doação.No balanço estadual, os transplantes de córneas (consideradas tecidos) tiveram crescimento de 13,5% em relação aos primeiros seis meses de 2005 e 55% ao mesmo período de 2004.Este ano promete ser o segundo melhor da história, em relação aos transplantes de órgãos (sem contar córneas): até o final de junho, o Estado realizou 555 transplantes de órgãos - 5% a mais do que o ano passado (529), mas muito menos do que 2004 (718).A Secretaria Estadual de Saúde lança hoje o seu novo sistema de informática, que concentrará informações repassadas diretamente pelas equipes responsáveis pelos pacientes. Ele evitará erros de digitação, extravio de documentos e demora na inserção de dados. Atualmente, 90 mil documentos (1 milhão de dados) são inseridos ou atualizados manualmente.A ficha do jornalista Navajas, felizmente, não constará no sistema. Recuperando, agora ele se dedica à retomada dos prazeres cotidianos. "A mudança mais significativa para mim é ter de tomar água, bastante água. É do que eu mais sentia falta, quando fazia hemodiálise. Tomar um copo d'água vale muito."
>> Uso de cão-guia em áreas públicas é regulamentado.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje um decreto que regulamenta o uso de cão-guia em áreas públicas. A partir de agora, pessoas com deficiência visual poderão entrar em bares, cinemas, teatros, supermercados, escolas, casas noturnas, restaurantes e até determinados setores de hospitais com seus animais. O decreto regulamenta pontos da Lei 11.126, de junho de 2005, estabelecendo como conceito de cão-guia animais castrados e isentos de agressividade, regras de certificação de centros de treinamentos de cães e instrutores e usuários.Em solenidade no Palácio do Planalto, Lula ressaltou em discurso que a regulamentação do decreto é uma síntese dos avanços da cidadania no País. Ao final do evento, ele fez questão de abraçar e posar ao lado de deficientes e medalhistas paraolímpicos, como o nadador Clodoaldo Silva. "Se não fosse a persistência, a vontade e a ousadia de vocês, certamente não teríamos a lei e o decreto", disse o presidente dirigindo-se a dezenas de deficientes visuais, alguns acompanhados de seus cães. "Vocês passariam a ser tratados ainda como cidadãos de segunda classe ou terceira classe.""Esse decreto regulamentando o cão-guia como companheiro de verdade daquele que é portador de deficiência visual é um avanço extraordinário do Brasil, porque permite que as pessoas entrem em qualquer lugar com seu cachorro", disse. "O cachorro passa a ser uma parte viva na vida das pessoas", acrescentou. "Aos poucos, o Brasil vai se transformando num país mais humanista, mais generoso."
21.9.06
>> Cientistas alertam para riscos do paracetamol.
Cientistas lançaram um alerta a respeito dos riscos que o paracetamol traz para a saúde depois que foi divulgado que o analgésico se tornou a principal causa de insuficiência hepática nos Estados Unidos. A proporção de problemas no fígado causados pelo paracetamol chegou a 51% do total em 2003, segundo pesquisa divulgada pela revista científica New Scientist. Em 1998, esta proporção era de 28%. Os cientistas americanos responsáveis pelo estudo chegaram à conclusão de que 20 comprimidos de paracetamol por dia são suficientes para causar insuficiência hepática e levar à morte. A dose máxima recomendada é de oito.
Tentativas de suicídioA pesquisa foi feita pelo Grupo de Estudo sobre Insuficiência Hepática Aguda, uma entidade que envolve pesquisadores de várias universidades americanas, e foi publicada originalmente na revista acadêmica Hepatology.
Os cientistas analisaram dados colhidos com 662 pacientes que foram tratados de insuficiência hepática aguda entre 1998 e 2003. Entre os 275 casos relacionados ao consumo de analgésicos, 48% se deveram a causas não-intencionais, e 44%, a tentativas de suicídio.
Um em cada quatro casos pesquisados resultou na morte do paciente. As pessoas que sofreram o problema em geral estavam tomando, sem saber, vários remédios que continham paracetamol.
Tentativas de suicídioA pesquisa foi feita pelo Grupo de Estudo sobre Insuficiência Hepática Aguda, uma entidade que envolve pesquisadores de várias universidades americanas, e foi publicada originalmente na revista acadêmica Hepatology.
Os cientistas analisaram dados colhidos com 662 pacientes que foram tratados de insuficiência hepática aguda entre 1998 e 2003. Entre os 275 casos relacionados ao consumo de analgésicos, 48% se deveram a causas não-intencionais, e 44%, a tentativas de suicídio.
Um em cada quatro casos pesquisados resultou na morte do paciente. As pessoas que sofreram o problema em geral estavam tomando, sem saber, vários remédios que continham paracetamol.
>> Anvisa aprova novo remédio contra tabagismo.
São Paulo - Nos próximos meses, chega às farmácias brasileiras uma nova geração de remédios contra tabagismo. Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o vareniclina, princípio ativo do Champix, do laboratório Pfizer. Nos Estados Unidos, o FDA, órgão que regula medicamentos no país, deu o aval em maio deste ano.'O vareniclina é um tremendo passo nos tratamentos antitabaco', afirma a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração.O remédio ocupa o espaço da nicotina no cérebro. 'Ele age nos receptores da nicotina e, com isso, reduz o prazer e a necessidade de fumar', explica a cardiologista. 'Isso é inédito. Mas não representa a 'cura'. Para largar o cigarro, a mudança do fumante tem de também ser comportamental. E isso não é fácil.'Há cerca de 1,3 bilhão de fumantes no mundo. Estima-se que no Brasil um terço da população adulta seja fumante - 16,7 milhões de homens e 11,2 milhões de mulheres, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No total, são 200 mil óbitos por ano relacionados ao fumo no País. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas de 0,5% a 5% conseguem parar de fumar sem ajuda médica.Outro remédio contra o cigarro é a bupropiona (princípio ativo do antidepressivo Zyban), que diminui os sintomas de abstinência. Na tentativa de abandonar o vício, fumantes também recorrem à reposição de nicotina por meio de adesivos e pastilhas.Os estudos com o Champix que serviram de base para a aprovação envolveram mais de 2 mil tabagistas que fumavam em média 21 cigarros por dia durante 25 anos. Pacientes que receberam o remédio por 12 semanas (1 mg duas vezes por dia) quadruplicaram a chance de parar de fumar, quando comparados aos que usaram placebo. Um ano depois, um em cada cinco pacientes que receberam a droga ainda estava sem fumar.A nicotina atinge o sistema nervoso em oito segundos. Lá, ela estimula a produção de substâncias que dão relaxamento, como os hormônios dopamina e serotonina. Depois, segue para o fígado, onde é metabolizada. A nova droga, que ainda não tem preço definido, será vendida só com prescrição médica.
>> No interior de SP, meningite causa duas mortes.
São Paulo - A morte de uma criança de 4 anos e de um adulto de 28 por meningite meningocócica na semana passada, em Fernandópolis, interior de São Paulo, colocou em alerta os moradores da cidade e da vizinha Estrela D’Oeste. O menino, que residia no município e foi levado para a Santa Casa de Fernandópolis, pode ter contaminado o adulto, amigo da família. Outras duas pessoas que tiveram contato com as vítimas foram internadas com a doença, mas estão fora de perigo. O sistema público de Fernandópolis não dispõe de vacinas contra a meningite. Já Estrela D’Oeste vai disponibilizar 4 mil doses a partir de amanhã.
20.9.06
>> Chá verde reduz riscos de doenças cardíacas, diz estudo.
O consumo de chá verde pode reduzir substancialmente os riscos de várias doenças cardíacas, de acordo com um estudo japonês.
A pesquisa, publicada no Journal of the American Medical Association, envolveu 40 mil pessoas e descobriu que o risco de doenças cardiovasculares fatais pode ser reduzido em mais de 25%.
Mas especialistas britânicos afirmam que os benefícios podem estar ligados à dieta dos japoneses como um todo, que é mais saudável do que a adotada no Ocidente.
O chá é a bebida mais consumida no mundo, depois da água. Três bilhões de quilos de chá são produzidos anualmente no mundo todo.
Estudos realizados em laboratórios e em animais sugeriram que o chá verde, particularmente, traz benefícios mais amplos à saúde.
ImpactoNeste estudo, iniciado em 1994, pesquisadores da Universidade Tohoku examinaram os benefícios do chá no organismo de pessoas entre 40 e 79 anos do nordeste do país, onde o consumo da bebida é alto.
Cerca de 80% das pessoas na região consomem chá verde, e mais de 50% bebem três ou mais xícaras por dia. O acompanhamento das 40 mil pessoas que participaram do estudo - adultos com idades entre 40 e 79 anos - durou cerca de 10 anos (1995-2005).
Um total de 4.209 pessoas morreram das causas mais diversas. Entre elas, 892 de doenças cardiovasculares e 1.134 de câncer.
Em comparação às pessoas que bebiam menos de uma xícara de chá verde por dia, as que consumiram cinco ou mais xícaras diárias apresentaram um risco menor em 16% de morrer de qualquer causa durante o período do estudo.
Elas também apresentaram um risco menor em 26% de morrer de doença cardiovascular. O Dr. Shinchi Kuriyama, que dirigiu a pesquisa, disse: "A descoberta mais importante foi a de que o chá verde prolonga a vida das pessoas ao reduzir os riscos de doenças cardiovasculares".
Mas Ellen Mason, da British Heart Foundation, disse que a alimentação dos japoneses como um todo é bastante saudável, e que os benefícios do consumo de chá verde em outras culturas seria questionável.
"A dieta dos britânicos contém mais gordura saturada do que a japonesa, e os níveis de doenças cardiovasculares aqui (Grã-Bretanha) são bem mais altos do que no Japão. O aumento do consumo de chá verde dificilmente vai ter um impacto sobre esses níveis", disse ela.
Durante todo o estudo, os benefícios do chá verde pareciam ser maiores em mulheres. As participantes que bebiam cinco ou mais xícaras de chá verde por dia apresentaram um risco menor em até 31% de morrer de doença cardiovascular em comparação às que bebiam menos de uma xícara.
Mas o estudo não pode comprovar os mesmos benefícios no consumo de chá preto.
A pesquisa, publicada no Journal of the American Medical Association, envolveu 40 mil pessoas e descobriu que o risco de doenças cardiovasculares fatais pode ser reduzido em mais de 25%.
Mas especialistas britânicos afirmam que os benefícios podem estar ligados à dieta dos japoneses como um todo, que é mais saudável do que a adotada no Ocidente.
O chá é a bebida mais consumida no mundo, depois da água. Três bilhões de quilos de chá são produzidos anualmente no mundo todo.
Estudos realizados em laboratórios e em animais sugeriram que o chá verde, particularmente, traz benefícios mais amplos à saúde.
ImpactoNeste estudo, iniciado em 1994, pesquisadores da Universidade Tohoku examinaram os benefícios do chá no organismo de pessoas entre 40 e 79 anos do nordeste do país, onde o consumo da bebida é alto.
Cerca de 80% das pessoas na região consomem chá verde, e mais de 50% bebem três ou mais xícaras por dia. O acompanhamento das 40 mil pessoas que participaram do estudo - adultos com idades entre 40 e 79 anos - durou cerca de 10 anos (1995-2005).
Um total de 4.209 pessoas morreram das causas mais diversas. Entre elas, 892 de doenças cardiovasculares e 1.134 de câncer.
Em comparação às pessoas que bebiam menos de uma xícara de chá verde por dia, as que consumiram cinco ou mais xícaras diárias apresentaram um risco menor em 16% de morrer de qualquer causa durante o período do estudo.
Elas também apresentaram um risco menor em 26% de morrer de doença cardiovascular. O Dr. Shinchi Kuriyama, que dirigiu a pesquisa, disse: "A descoberta mais importante foi a de que o chá verde prolonga a vida das pessoas ao reduzir os riscos de doenças cardiovasculares".
Mas Ellen Mason, da British Heart Foundation, disse que a alimentação dos japoneses como um todo é bastante saudável, e que os benefícios do consumo de chá verde em outras culturas seria questionável.
"A dieta dos britânicos contém mais gordura saturada do que a japonesa, e os níveis de doenças cardiovasculares aqui (Grã-Bretanha) são bem mais altos do que no Japão. O aumento do consumo de chá verde dificilmente vai ter um impacto sobre esses níveis", disse ela.
Durante todo o estudo, os benefícios do chá verde pareciam ser maiores em mulheres. As participantes que bebiam cinco ou mais xícaras de chá verde por dia apresentaram um risco menor em até 31% de morrer de doença cardiovascular em comparação às que bebiam menos de uma xícara.
Mas o estudo não pode comprovar os mesmos benefícios no consumo de chá preto.
>> Rotina saudável também previne doenças.
São Paulo - Além da genética, a alimentação é o fator que mais influencia os índices de colesterol (cerca de 70%). A dieta ideal deve ter cerca de 50% de carboidratos, 30% de gorduras e 20% de proteínas. As fibras têm papel importante contra o excesso de peso, fator de risco para doenças cardíacas. Elas diminuem a absorção de gordura pelo tubo digestivo - se fixam na gordura e são eliminadas com mais facilidade. Antioxidantes, presentes em frutas e hortaliças, evitam a oxidação das artérias - a gordura "prefere" se depositar na parte oxidada. "Mudanças de comportamento, como alimentação saudável e atividade física regular são capazes de diminuir cerca de 20% do colesterol", avisa Marcus Bolívar Malachias, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. As estatinas podem diminuir o colesterol em 50% ou mais. Metade dos casos de hipertensão tem causa genética. A outra metade é ambiental. Em 50% dos casos, a doença pode ser prevenida com controle do peso, atividade aeróbica - que provoca relaxamento dos vasos - e alimentação com pouco sal (no máximo 6 gramas por dia
>> Células-tronco de fígado são usadas com sucesso.
São Paulo - Um grupo de pesquisadores da Universidade de Washington, em Seattle (Estados Unidos), obteve diferentes tecidos a partir de células-tronco retiradas de fígados fetais humanos. Elas foram usadas para tratar, com relativo sucesso, danos no órgão de animais.De uma linhagem de células-tronco, os cientistas formaram em laboratório células de osso, cartilagem, gordura e endoteliais (do tipo que forma os vasos sanguíneos), o que comprovou a plasticidade do material. As células-tronco, adultas e embrionárias, têm a capacidade virtual de se transformarem em qualquer tecido do corpo, por isso poderiam ser usadas no tratamento de doenças.Há alguns anos os cientistas sabiam que há células-tronco no fígado. Mas é difícil mantê-las estáveis e indiferenciadas em laboratório, de forma que seja possível manipulá-las de acordo com o objetivo do tratamento. Foi o que a equipe de Seattle conseguiu, e por seis meses.Depois de mantê-las estáveis e, de uma linhagem de células, desenvolver outras, o próximo passo era saber se elas poderiam ser usadas de forma terapêutica. Para isso, eles injetaram algumas delas em camundongos com problemas hepáticos. Sacrificados 30 dias depois, mostravam regeneração em áreas lesionadas do órgão.Novos Usos - O estudo aumenta o leque de possibilidades de utilização de células-tronco adultas. Além do fígado, elas também são encontradas na medula óssea, cérebro, sangue, tecido adiposo, bulbo capilar e dente.Mesmo retiradas de fetos - neste caso, resultado de abortos legais nos Estados Unidos, realizados no primeiro trimestre de gestação -, elas não são tiradas de embriões, o que exigiria sua destruição. Assim, é evitado o debate ético em torno do procedimento.Além disso, a equipe acredita que as células-tronco encontradas no fígado podem circular e ser retiradas do cordão umbilical, o que facilitaria muito o processo e a obtenção do material. “Se for este o caso, será muito mais fácil isolá-las e aplicá-las futuramente”, explica o principal autor, Nelson Fausto, diretor do departamento de fisiologia da universidade.Fausto espera que o trabalho o auxilie na pesquisa de novos tratamentos do fígado, mas não necessariamente tendo as células-tronco como “remédio”. Neste momento, ele quer entender a biologia básica da célula. “Estamos interessados no desenvolvimento do fígado e em doenças ligadas ao órgão, então pensamos que um bom lugar para isolar células-tronco hepáticas seria um fígado fetal”, diz o cientista, formado na Universidade de São Paulo (USP).A equipe continua trabalhando para entender por que elas são tão estáveis, e a explorar formas de usá-las para tratar doentes. E pensa em usar a mesma técnica para retirar células de pâncreas e rins de fetos.Medula - Outros tratamentos do fígado com células-tronco estão em teste pelo mundo. Na maioria dos casos, a origem é a medula óssea. É o caso de uma equipe da Fiocruz da Bahia, que experimentou a técnica em animais com bons resultados. A vantagem de se usar a medula como fonte é que não há rejeição do tecido.
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