29.9.06

>> Fracassa técnica que evita injeção de insulina em diabéticos.

São Paulo - Uma pesquisa demonstrou que transplantes de células produtoras de insulina, que chegaram a reverter casos de diabete tipo 1, não prosperaram. Os transplantes livraram 36 pacientes das injeções de insulina, mas temporariamente. Após dois anos, 86% voltaram a recorrer às injeções. O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine.

28.9.06

>> O brasileiro e a má postura.

A constatação é da pesquisa Postura e Controle Postural, da Universidade de São Paulo , que avaliou o perfil de 115 pessoas saudáveis entre 19 e 43 anos. Uns apresentam inclinação do corpo para o lado esquerdo, outros para o direito e são raros os que têm a silhueta ereta, sem estarem tortos. As pessoas foram analisadas no Laboratório de Biofísica da Escola de Educação Física e Esporte da USP. Mas ao contrário do que se possa imaginar, o desvio postural não é sinônimo de anormalidade, mas exige atenção ao biotipo nacional. A revelação do padrão brasileiro pode indicar novas preocupações e atenção a pontos que poderiam passar desapercebidos anteriormente Segundo os fisioterapeutas, os casos mais preocupantes estão numa faixa de cinco a sete graus de curvatura. Os especialistas apontam que o corpo-humano é uma junção de ossos e músculos. Quanto mais curvo, mais gasto de energia, dores e problemas como lesões a longo prazo. Mas há solução. Os fisioterapeutas informam que programas de atividade física, bem orientados em conjunto com exercícios fisioterápicos, podem contribuir para reduzir a curvatura da coluna e melhorar a postura corporal.

>> Cai número de doações de órgãos no País.

São Paulo - As doações de órgãos estão diminuindo. Segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), só 532 mortos no País tiveram seus órgãos retirados até junho - 5,8 doadores por 1 milhão de pessoas. Em 2004 e 2005, os índices foram de 7,4 e 6,3. No semestre, foram feitos 8.563 transplantes.Os órgãos de um morto podem beneficiar até 15 pessoas. Para a ABTO, um dos problemas é o fato de os médicos não informarem imediatamente as mortes encefálicas, pois os órgãos devem ser retirados quando o cérebro parou de funcionar, mas o coração ainda bate. Hoje é o Dia Nacional do Doador de Órgãos.

27.9.06

>> Fabricantes processados por causa de cigarros light.

São Paulo - Em um golpe para a indústria do tabaco, um juiz federal americano concedeu status de ação coletiva a um processo que pode beneficiar dezenas de milhões de fumantes de cigarros light. A decisão abre caminho para um pedido de indenização de cerca de US$ 200 bilhões contra os fabricantes.O juiz distrital Jack Weinstein tomou a decisão em um processo de 2004, que alega que as empresas Philip Morris, R.J. Reynolds, Lorillard e outras reagiram às questões de saúde pública suscitadas pelo hábito de fumar com uma campanha de mentiras.O 'coletivo' representado na ação inclui qualquer um que tenha comprado cigarro com a palavra light no rótulo desde que esse tipo de produto chegou ao mercado, nos anos 70 - cerca de 60 milhões de pessoas, estimam os advogados.O julgamento da ação está previsto para 22 de janeiro de 2007. Mas a decisão já derrubou as ações das empresas. Na bolsa de Nova York, no começo da tarde de ontem, as ações da Altria, dona da Philip Morris, caíam 3,8%. Em Londres, as ações da Reynolds American perderam 2,39%.Defendendo o status coletivo da ação, o advogado que representa os fumantes, Michael Hausfeld, disse que os fabricantes usaram uma estratégia de marketing para promover produtos light como alternativa de baixo risco aos cigarros comuns, embora tivessem acesso a estudos mostrando que os riscos eram praticamente iguais. 'Eles sabiam que estavam vendendo morte', disse o advogado. Hausfeld afirmou ao juiz que uma análise de especialistas concluiu que 90% dos fumantes compraram cigarros light por questões de saúde. Advogados de defesa argumentam que, sem interrogar cada fumante, é impossível determinar os motivos de cada um para comprar cigarros.Outro estudo - base do pedido de indenização - avalia que os fumantes, se conhecessem os riscos à saúde, teriam esperado descontos de até US$ 0,80 por maço comprado.

>> Juíza determina que plano pague 210 dias em spa.

São Paulo - Uma discussão jurídica inédita no País avalia o direito do cidadão a uma temporada no spa: neste caso, a 210 dias. A dona de casa baiana E.D.B., de 39 anos, ingressou com pedido na Justiça para garantir tratamento de obesidade mórbida num centro que oferece academia, aula de dança, aeróbica, hidroginástica, nutricionista, fisioterapia e massoterapia. As despesas - R$ 90 mil segundo ela e R$ 210 mil de acordo com o plano de saúde - ficariam por conta da Golden Cross Assistência Média de Saúde, da qual E. D. B. é cliente.Por enquanto, ela vem ganhando a batalha judicial: obteve uma liminar na 2ª Vara Especializada de Defesa do Consumidor da Bahia, depois confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado. Desde 2004, a jurisprudência no TJ baiano manda atender aos pedidos para tratamento de obesidade mórbida. Mas é a primeira vez que essa garantia inclui estadia num spa. 'Quando a dignidade do ser humano é afetada, a Justiça tem que agir', afirma a juíza Ana Ferreira, que concedeu a liminar pela qual, além do direito à internação, a dona de casa terá todos os exames e remédios custeados pela Golden Cross. A diária é de R$ 431,64, declarou E. D. B. em nota à imprensa. Já a empresa diz que o custo diário que está sendo obrigada a arcar é de R$ 1 mil.E. D. B está internada no Spa Salute Bahia há quatro meses. Só pode sair de lá de 15 em 15 dias, por no máximo 24 horas. Ficará internada por 210 dias, segundo indicação de seu endocrinologista, Cristiano Gidi Portella.Tratamento IndispensávelPortella afirma que o tratamento é indispensável e a obesidade mórbida é uma doença como outra qualquer, com risco de vida. O índice de massa corpórea (IMC) da dona de casa está em 48. Um IMC a partir de 40 indica obesidade mórbida. A paciente alega pesar atualmente 99 quilos, 30 a menos do que quando entrou no spa.Ao fazer sua inscrição no plano, em setembro de 2005, ela declarou pesar 82 quilos. "Comecei a engordar descontroladamente, o que desencadeou de forma acelerada a obesidade mórbida", diz E. D. B. "Mas respeitei todas as carências do plano e o tratamento a que estou sendo submetida é médico, não estético."'SPA é privilégio'A Golden Cross afirma no processo que E. D. B. está pesando 139 quilos, o que equivale ao ganho de dez quilos por mês desde a assinatura do contrato. A empresa desconfia da informação e acusa a dona de casa de agir com má-fé ao declarar seu peso.Para o superintendente jurídico da Golden Cross, Carlos Henningsten, uma paciente que corre risco de vida não deveria se hospedar num spa e sim ser internada em um hospital.O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo Almeida, concorda. "Planos de saúde oferecem serviços médicos. Desde quando um spa pode ser considerado serviço médico? Para obesidade mórbida, há uma série de tratamentos previstos por sociedades médicas. E, estes sim, oferecidos por planos de saúde". Para a Abramge, a atitude da Justiça baiana é um despropósito capaz de levar operadoras de saúde à bancarrota."Estudos mostram que nesses níveis de obesidade, o tratamento indicado é cirúrgico", diz o professor de cirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (de redução de estômago) Nilton Kawahara. "O tratamento recomendando é dieta e atividade física, junto com nutricionista, psiquiatra e endocrinologista, que o plano de saúde deve cobrir. Spa é privilégio."Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a médica Valéria Guimarães afirma que não há nenhuma diretriz formal que indique a internação num spa como tratamento. 'Nos casos de obesidade mórbida, a indicação clássica é restrição alimentar, associada a uso de medicamentos e, se necessário, internação hospitalar ou cirurgia', afirma. 'A ética também determina que todos os recursos disponíveis para salvar a vida do paciente sejam usados', pondera.Além de planos de saúde, o próprio serviço público oferece cirurgia de redução de estômago. A operação passou a ser custeada pelo governo federal em 2001. Entre 2000 e 2005, foram realizadas no País 7.774 operações. O Estado da Bahia passou a oferecer as cirurgias de forma gratuita em 2005.

26.9.06

>> Franceses farão primeira cirurgia em humano em gravidade zero.

Paris - Uma equipe médica francesa operará um homem sob condições de ausência de peso nesta quarta-feira, a primeira vez em que um feito do tipo é tentado e que, espera-se, será um passo rumo à execução de cirurgias no espaço.Voando sobre o sudoeste da França a bordo de um Airbus especialmente adaptado, cirurgiões presos por cintos de segurança tentarão remover um cisto sebáceo do antebraço de um voluntário, numa operação de três horas. O Airbus A300 Zero-G foi projetado para realizar manobras como as de um carro de montanha-russa, simulando ausência de peso. Ele realizará cera de 30 curvas do tipo durante o vôo.Os detalhes sobre a operação são poucos. O evento foi anunciado pelo cirurgião Dominique Martin e pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais, ou CNES. A cirurgia é parte de um projeto apoiado pela Agência Espacial Européia (ESA) que tem como objetivo desenvolver robôs-cirurgiões teleguiados para uso no espaço. A ESA não comenta a operação, repassando todas as questões da mídia para o CNES.A equipe de Martin tornou-se a primeira a realizar uma microcirurgia em condições de gravidade zero no início do ano, reparando uma artéria de 0,5 mm na cauda de um rato.Martin escolheu o paciente de quarta-feira porque o voluntário é um praticante de bungee-jumping, e está acostumado a mudanças bruscas de aceleração, de acordo com a porta-voz Frederique Albertoni.

>> Abandono de remédios é pior para cardíacos e diabéticos.

Chicago - Estudo realizado nos Estados unidos mostra que muitos pacientes param de tomar remédio bem antes do que deveriam, dizem pesquisadores, e a decisão pode ser letal quando as drogas têm como alvo problemas cardíacos e diabetes. Foi necessário apenas um mês de alta hospitalar para que 1 em cada 8 pacientes de ataque cardíaco parasse de tomar os remédios receitados, de acordo com estudo envolvendo 1.521 pessoas."Um mês é bem surpreendente", disse o médico e co-autor do estudo, Michael Ho. Os pacientes cardíacos que pararam de tomar três remédios comprovados - aspirina, beta bloqueadores e estatinas - tiveram o triplo da chance de morrer no ano subseqüente do que os pacientes que continuaram com as pílulas. O estudo não tentou descobrir o que leva as pessoas a interromper a medicação, mas os pacientes que abandonam as pílulas tendem a ser mais velhos, solteiros e com menos anos de estudo.Eles estão em boa companhia: o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton - um homem casado, relativamente jovem e bem estudado - parou de tomar estatinas por conta própria e, aos 58 anos, teve de se submeter a uma cirurgia para escapar do risco de ataque cardíaco. O estudo sobre pacientes que abandonam a medicação aparece na edição de hoje de Archives of Internal Medicine. A edição do periódico é dedicada a estudos sobre pacientes que abandonam o remédio sem recomendação médica.Outro dos trabalhos avaliou os históricos médicos de 11.532 pacientes de diabete. Descobriu-se que os que não tomam remédios - hipoglicêmicos, remédios para pressão e estatinas - tinham taxa maior de internação e morte. A ligação não foi tão pronunciada como no caso dos cardíacos, mas ainda assim foi significante.

>> Alzheimer age como doença da vaca louca, revela estudo.

São Paulo - Dois estudos publicados hoje na revista Science abrem novos caminhos para a compreensão dos estágios iniciais do mal de Alzheimer, doença que degenera o cérebro, provocando gradativamente a perda de memória.No principal deles, cientistas injetaram em camundongos a proteína beta-amilóide retirada do cérebro de pacientes com a doença e observaram que os animais sofreram lesões semelhantes às causadas por Alzheimer.Acredita-se que a proteína seja responsável pela formação de placas no tecido cerebral que levam os neurônios à morte, mas ainda não se sabe muito bem como esse processo se inicia nem se ela é realmente a causa da degeneração.Pesquisadores liderados por Melanie Meyer-Lühmann, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, perceberam que a beta-amilóide germinou no cérebro dos ratinhos contaminando as demais amilóides saudáveis de um modo parecido com o que ocorre com os príons, proteínas responsáveis por doenças como a da vaca louca. Entretanto, ninguém está sugerindo que a beta-amilóide haja, assim como ocorre com os príons, como um agente infeccioso.A equipe percebeu ainda que há várias linhagens da beta-amilóide. 'Esta descoberta pode nos fornecer uma nova maneira de entender como a proteína muda sua forma para se tornar tóxica', comentou o neurocientista Sam Gandy, da Universidade Thomas Jefferson da Filadélfia. O problema é que justamente não se sabe o que faz com que uma 'boa' proteína se transforme.Se os cientistas conseguirem determinar qual versão desencadeia a formação das placas, poderá ser possível atacar a doença antes que ela tome o cérebro, afirmou Mathias Jucker, um dos autores do estudo.

22.9.06

>> Brasil faz grande estudo sobre diabetes e hipertensão.

São Paulo - O Ministério da Saúde começou, em janeiro deste ano, o maior estudo já desenvolvido na América Latina, e um dos principais em todo o mundo, para avaliar as causas e os efeitos da hipertensão arterial e do diabetes na população brasileira. Aproximadamente 35% da população acima dos 40 anos no Brasil sofre de hipertensão arterial, o que significa cerca de 12 milhões de brasileiros. Já o diabetes atinge 11% dos brasileiros na mesma faixa etária, o que corresponde a quase 4 milhões de pacientes. Doenças muitas vezes evitáveis, com a adoção de hábitos saudáveis, hipertensão e diabetes provocam milhares de mortes todos os anos e geram altos custos para o Sistema Único de Saúde (SUS).Preocupado com essas estatísticas, O Estudo Multicêntrico Longitudinal em Doenças Cardiovasculares e Diabetes Mellitus (EMLDCD), também conhecido como Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa/Brasil), avaliará a saúde de cerca de 15 mil pessoas por período que pode variar de 20 a 30 anos.Consórcio formado por instituições de ensino superior foi selecionado - por meio de chamada pública - para o desenvolvimento da pesquisa. As universidades federais de São Paulo (USP), de Minas Gerais (UFMG), da Bahia (UFBA), do Espírito Santo (UFES) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), além da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), acompanharão a rotina e os hábitos alimentares dos voluntários ao longo de pelo menos 20 anos.

>> Dormir pouco pode aumentar risco de hipertensão.

São Paulo - O (mau) hábito de dormir poucas horas por noite pode ser uma das causas da hipertensão arterial. Um estudo publicado na revista médica Hypertension mostrou que, mesmo eliminando fatores de risco como obesidade e diabetes, pessoas que dormem cinco horas ou menos diariamente têm mais risco de adquirir hipertensão arterial. A pesquisa foi feita com 4.800 voluntários, com idades entre 32 e 59 anos. Todos foram acompanhados por 10 anos.

>> Número de transplantes volta a crescer em SP.

São Paulo - Foram exatos 370 dias de espera. Inscrito em 25 de abril de 2005 para um transplante renal, o jornalista Gabriel de Carvalho Navajas, 27 anos, foi operado no último 1º de maio no Hospital do Rim e Hipertensão. "Minha mãe me acordou para dizer que o rim haveria chegado. Pensei que estivesse sonhando e voltei a dormir. Mas, ao me dar conta de que era real, pulei da cama e comecei a me trocar. Mal conseguia amarrar o tênis de tanta ansiedade. Nem acreditei que, em tão pouco tempo, eu ia fazer o transplante. Eu rezava e continuo rezando até hoje para a pessoa que me doou o rim", diz.Navajas, que enfrentou uma dura rotina - foram 16 meses de hemodiálise (três vezes por semana, quatro horas por sessão) - até o dia do transplante, faz parte de uma feliz estatística divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde, ontem: o número de transplantes cresceu.O aumento, ainda tímido (5% no semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado), foi comemorado pelo coordenador da Central de Transplantes do Estado, Luiz Augusto Pereira. "É um dado muito importante, com certeza, pois vem subindo progressivamente. Hoje temos dez equipes, quatro na Capital e seis no Interior, responsáveis pelos transplantes", explica. Pereira atribui o saldo positivo a melhorias no processo de captação de tecidos e campanhas de conscientização sobre a importância da doação.No balanço estadual, os transplantes de córneas (consideradas tecidos) tiveram crescimento de 13,5% em relação aos primeiros seis meses de 2005 e 55% ao mesmo período de 2004.Este ano promete ser o segundo melhor da história, em relação aos transplantes de órgãos (sem contar córneas): até o final de junho, o Estado realizou 555 transplantes de órgãos - 5% a mais do que o ano passado (529), mas muito menos do que 2004 (718).A Secretaria Estadual de Saúde lança hoje o seu novo sistema de informática, que concentrará informações repassadas diretamente pelas equipes responsáveis pelos pacientes. Ele evitará erros de digitação, extravio de documentos e demora na inserção de dados. Atualmente, 90 mil documentos (1 milhão de dados) são inseridos ou atualizados manualmente.A ficha do jornalista Navajas, felizmente, não constará no sistema. Recuperando, agora ele se dedica à retomada dos prazeres cotidianos. "A mudança mais significativa para mim é ter de tomar água, bastante água. É do que eu mais sentia falta, quando fazia hemodiálise. Tomar um copo d'água vale muito."

>> Uso de cão-guia em áreas públicas é regulamentado.

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje um decreto que regulamenta o uso de cão-guia em áreas públicas. A partir de agora, pessoas com deficiência visual poderão entrar em bares, cinemas, teatros, supermercados, escolas, casas noturnas, restaurantes e até determinados setores de hospitais com seus animais. O decreto regulamenta pontos da Lei 11.126, de junho de 2005, estabelecendo como conceito de cão-guia animais castrados e isentos de agressividade, regras de certificação de centros de treinamentos de cães e instrutores e usuários.Em solenidade no Palácio do Planalto, Lula ressaltou em discurso que a regulamentação do decreto é uma síntese dos avanços da cidadania no País. Ao final do evento, ele fez questão de abraçar e posar ao lado de deficientes e medalhistas paraolímpicos, como o nadador Clodoaldo Silva. "Se não fosse a persistência, a vontade e a ousadia de vocês, certamente não teríamos a lei e o decreto", disse o presidente dirigindo-se a dezenas de deficientes visuais, alguns acompanhados de seus cães. "Vocês passariam a ser tratados ainda como cidadãos de segunda classe ou terceira classe.""Esse decreto regulamentando o cão-guia como companheiro de verdade daquele que é portador de deficiência visual é um avanço extraordinário do Brasil, porque permite que as pessoas entrem em qualquer lugar com seu cachorro", disse. "O cachorro passa a ser uma parte viva na vida das pessoas", acrescentou. "Aos poucos, o Brasil vai se transformando num país mais humanista, mais generoso."

21.9.06

>> Cientistas alertam para riscos do paracetamol.

Cientistas lançaram um alerta a respeito dos riscos que o paracetamol traz para a saúde depois que foi divulgado que o analgésico se tornou a principal causa de insuficiência hepática nos Estados Unidos. A proporção de problemas no fígado causados pelo paracetamol chegou a 51% do total em 2003, segundo pesquisa divulgada pela revista científica New Scientist. Em 1998, esta proporção era de 28%. Os cientistas americanos responsáveis pelo estudo chegaram à conclusão de que 20 comprimidos de paracetamol por dia são suficientes para causar insuficiência hepática e levar à morte. A dose máxima recomendada é de oito.
Tentativas de suicídioA pesquisa foi feita pelo Grupo de Estudo sobre Insuficiência Hepática Aguda, uma entidade que envolve pesquisadores de várias universidades americanas, e foi publicada originalmente na revista acadêmica Hepatology.
Os cientistas analisaram dados colhidos com 662 pacientes que foram tratados de insuficiência hepática aguda entre 1998 e 2003. Entre os 275 casos relacionados ao consumo de analgésicos, 48% se deveram a causas não-intencionais, e 44%, a tentativas de suicídio.
Um em cada quatro casos pesquisados resultou na morte do paciente. As pessoas que sofreram o problema em geral estavam tomando, sem saber, vários remédios que continham paracetamol.

>> Anvisa aprova novo remédio contra tabagismo.

São Paulo - Nos próximos meses, chega às farmácias brasileiras uma nova geração de remédios contra tabagismo. Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o vareniclina, princípio ativo do Champix, do laboratório Pfizer. Nos Estados Unidos, o FDA, órgão que regula medicamentos no país, deu o aval em maio deste ano.'O vareniclina é um tremendo passo nos tratamentos antitabaco', afirma a cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração.O remédio ocupa o espaço da nicotina no cérebro. 'Ele age nos receptores da nicotina e, com isso, reduz o prazer e a necessidade de fumar', explica a cardiologista. 'Isso é inédito. Mas não representa a 'cura'. Para largar o cigarro, a mudança do fumante tem de também ser comportamental. E isso não é fácil.'Há cerca de 1,3 bilhão de fumantes no mundo. Estima-se que no Brasil um terço da população adulta seja fumante - 16,7 milhões de homens e 11,2 milhões de mulheres, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No total, são 200 mil óbitos por ano relacionados ao fumo no País. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas de 0,5% a 5% conseguem parar de fumar sem ajuda médica.Outro remédio contra o cigarro é a bupropiona (princípio ativo do antidepressivo Zyban), que diminui os sintomas de abstinência. Na tentativa de abandonar o vício, fumantes também recorrem à reposição de nicotina por meio de adesivos e pastilhas.Os estudos com o Champix que serviram de base para a aprovação envolveram mais de 2 mil tabagistas que fumavam em média 21 cigarros por dia durante 25 anos. Pacientes que receberam o remédio por 12 semanas (1 mg duas vezes por dia) quadruplicaram a chance de parar de fumar, quando comparados aos que usaram placebo. Um ano depois, um em cada cinco pacientes que receberam a droga ainda estava sem fumar.A nicotina atinge o sistema nervoso em oito segundos. Lá, ela estimula a produção de substâncias que dão relaxamento, como os hormônios dopamina e serotonina. Depois, segue para o fígado, onde é metabolizada. A nova droga, que ainda não tem preço definido, será vendida só com prescrição médica.

>> No interior de SP, meningite causa duas mortes.

São Paulo - A morte de uma criança de 4 anos e de um adulto de 28 por meningite meningocócica na semana passada, em Fernandópolis, interior de São Paulo, colocou em alerta os moradores da cidade e da vizinha Estrela D’Oeste. O menino, que residia no município e foi levado para a Santa Casa de Fernandópolis, pode ter contaminado o adulto, amigo da família. Outras duas pessoas que tiveram contato com as vítimas foram internadas com a doença, mas estão fora de perigo. O sistema público de Fernandópolis não dispõe de vacinas contra a meningite. Já Estrela D’Oeste vai disponibilizar 4 mil doses a partir de amanhã.

20.9.06

>> Chá verde reduz riscos de doenças cardíacas, diz estudo.

O consumo de chá verde pode reduzir substancialmente os riscos de várias doenças cardíacas, de acordo com um estudo japonês.
A pesquisa, publicada no Journal of the American Medical Association, envolveu 40 mil pessoas e descobriu que o risco de doenças cardiovasculares fatais pode ser reduzido em mais de 25%.
Mas especialistas britânicos afirmam que os benefícios podem estar ligados à dieta dos japoneses como um todo, que é mais saudável do que a adotada no Ocidente.
O chá é a bebida mais consumida no mundo, depois da água. Três bilhões de quilos de chá são produzidos anualmente no mundo todo.
Estudos realizados em laboratórios e em animais sugeriram que o chá verde, particularmente, traz benefícios mais amplos à saúde.
ImpactoNeste estudo, iniciado em 1994, pesquisadores da Universidade Tohoku examinaram os benefícios do chá no organismo de pessoas entre 40 e 79 anos do nordeste do país, onde o consumo da bebida é alto.
Cerca de 80% das pessoas na região consomem chá verde, e mais de 50% bebem três ou mais xícaras por dia. O acompanhamento das 40 mil pessoas que participaram do estudo - adultos com idades entre 40 e 79 anos - durou cerca de 10 anos (1995-2005).
Um total de 4.209 pessoas morreram das causas mais diversas. Entre elas, 892 de doenças cardiovasculares e 1.134 de câncer.
Em comparação às pessoas que bebiam menos de uma xícara de chá verde por dia, as que consumiram cinco ou mais xícaras diárias apresentaram um risco menor em 16% de morrer de qualquer causa durante o período do estudo.
Elas também apresentaram um risco menor em 26% de morrer de doença cardiovascular. O Dr. Shinchi Kuriyama, que dirigiu a pesquisa, disse: "A descoberta mais importante foi a de que o chá verde prolonga a vida das pessoas ao reduzir os riscos de doenças cardiovasculares".
Mas Ellen Mason, da British Heart Foundation, disse que a alimentação dos japoneses como um todo é bastante saudável, e que os benefícios do consumo de chá verde em outras culturas seria questionável.
"A dieta dos britânicos contém mais gordura saturada do que a japonesa, e os níveis de doenças cardiovasculares aqui (Grã-Bretanha) são bem mais altos do que no Japão. O aumento do consumo de chá verde dificilmente vai ter um impacto sobre esses níveis", disse ela.
Durante todo o estudo, os benefícios do chá verde pareciam ser maiores em mulheres. As participantes que bebiam cinco ou mais xícaras de chá verde por dia apresentaram um risco menor em até 31% de morrer de doença cardiovascular em comparação às que bebiam menos de uma xícara.
Mas o estudo não pode comprovar os mesmos benefícios no consumo de chá preto.

>> Rotina saudável também previne doenças.

São Paulo - Além da genética, a alimentação é o fator que mais influencia os índices de colesterol (cerca de 70%). A dieta ideal deve ter cerca de 50% de carboidratos, 30% de gorduras e 20% de proteínas. As fibras têm papel importante contra o excesso de peso, fator de risco para doenças cardíacas. Elas diminuem a absorção de gordura pelo tubo digestivo - se fixam na gordura e são eliminadas com mais facilidade. Antioxidantes, presentes em frutas e hortaliças, evitam a oxidação das artérias - a gordura "prefere" se depositar na parte oxidada. "Mudanças de comportamento, como alimentação saudável e atividade física regular são capazes de diminuir cerca de 20% do colesterol", avisa Marcus Bolívar Malachias, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. As estatinas podem diminuir o colesterol em 50% ou mais. Metade dos casos de hipertensão tem causa genética. A outra metade é ambiental. Em 50% dos casos, a doença pode ser prevenida com controle do peso, atividade aeróbica - que provoca relaxamento dos vasos - e alimentação com pouco sal (no máximo 6 gramas por dia

>> Células-tronco de fígado são usadas com sucesso.

São Paulo - Um grupo de pesquisadores da Universidade de Washington, em Seattle (Estados Unidos), obteve diferentes tecidos a partir de células-tronco retiradas de fígados fetais humanos. Elas foram usadas para tratar, com relativo sucesso, danos no órgão de animais.De uma linhagem de células-tronco, os cientistas formaram em laboratório células de osso, cartilagem, gordura e endoteliais (do tipo que forma os vasos sanguíneos), o que comprovou a plasticidade do material. As células-tronco, adultas e embrionárias, têm a capacidade virtual de se transformarem em qualquer tecido do corpo, por isso poderiam ser usadas no tratamento de doenças.Há alguns anos os cientistas sabiam que há células-tronco no fígado. Mas é difícil mantê-las estáveis e indiferenciadas em laboratório, de forma que seja possível manipulá-las de acordo com o objetivo do tratamento. Foi o que a equipe de Seattle conseguiu, e por seis meses.Depois de mantê-las estáveis e, de uma linhagem de células, desenvolver outras, o próximo passo era saber se elas poderiam ser usadas de forma terapêutica. Para isso, eles injetaram algumas delas em camundongos com problemas hepáticos. Sacrificados 30 dias depois, mostravam regeneração em áreas lesionadas do órgão.Novos Usos - O estudo aumenta o leque de possibilidades de utilização de células-tronco adultas. Além do fígado, elas também são encontradas na medula óssea, cérebro, sangue, tecido adiposo, bulbo capilar e dente.Mesmo retiradas de fetos - neste caso, resultado de abortos legais nos Estados Unidos, realizados no primeiro trimestre de gestação -, elas não são tiradas de embriões, o que exigiria sua destruição. Assim, é evitado o debate ético em torno do procedimento.Além disso, a equipe acredita que as células-tronco encontradas no fígado podem circular e ser retiradas do cordão umbilical, o que facilitaria muito o processo e a obtenção do material. “Se for este o caso, será muito mais fácil isolá-las e aplicá-las futuramente”, explica o principal autor, Nelson Fausto, diretor do departamento de fisiologia da universidade.Fausto espera que o trabalho o auxilie na pesquisa de novos tratamentos do fígado, mas não necessariamente tendo as células-tronco como “remédio”. Neste momento, ele quer entender a biologia básica da célula. “Estamos interessados no desenvolvimento do fígado e em doenças ligadas ao órgão, então pensamos que um bom lugar para isolar células-tronco hepáticas seria um fígado fetal”, diz o cientista, formado na Universidade de São Paulo (USP).A equipe continua trabalhando para entender por que elas são tão estáveis, e a explorar formas de usá-las para tratar doentes. E pensa em usar a mesma técnica para retirar células de pâncreas e rins de fetos.Medula - Outros tratamentos do fígado com células-tronco estão em teste pelo mundo. Na maioria dos casos, a origem é a medula óssea. É o caso de uma equipe da Fiocruz da Bahia, que experimentou a técnica em animais com bons resultados. A vantagem de se usar a medula como fonte é que não há rejeição do tecido.

18.9.06

José Serra e os Sanguessugas!

Mais uma bomba em epoca de eleicao...pelo jeito a CPI dos sanguessugas vai derrubar muita gente...

>> Droga usada para tratar diabete também pode evitar a doença.

Londres - Uma droga usada para o tratamento da diabete parece também evitar o aparecimento da doença em pessoas que correm alto risco de desenvolvê-la, mostra o maior estudo já realizado sobre o assunto. A droga, rosiglitazona, aparentemente corta o risco de desenvolver diabete pela metade. Ela também ajudou a restaurar o nível normal de açúcar no sangue em muitos participantes do estudo.Uma segunda parte do trabalho descobriu que outra droga, ramipril, não muda o risco de desenvolver diabete, mas ajuda a normalizar o açúcar do sangue em alguns casos.Os resultados da pesquisa eram muito aguardados, e a descoberta sobre a rosiglitazona parece impressionante, mas especialistas advertem que é difícil avaliar o impacto exato da droga, porque os participantes do estudo também receberam aconselhamento sobre dieta e estilo de vida saudável."Sabemos que só mudar o estilo de vida pode reduzir o risco de diabete em até 58%", disse o médico Martin Abrahamson, diretor do Centro Joslin de Diabete em Boston, que não participou do estudo. E esses benefícios vêm sem o custo extra da droga, lembra outro médico, Alvin Powers, do Centro Médico da Universidade Vanderbilt.A diabete tipo 2, a forma mais comum da doença e o tipo ligado à obesidade, é um problema de saúde pública em escala mundial. Estima-se que 220 milhões de pessoas em todo o planeta tenham a doença, que pode levar a falência renal, amputações e morte. Os resultados do estudo foram apresentados hoje durante uma conferência sobre diabete realizada na Dinamarca. Os resultados sobre a rosiglitazona foram publicados online na revista médica The Lancet. A parte sobre o ramipril, no New England Journal of Medicine, também online.O estudo foi financiado pelos Institutos de Pesquisa em Saúde do Canadá, e empresas que produzem as drogas. Alguns dos cientistas envolvidos prestam consultoria para os laboratórios.O trabalho acompanhou cerca de 5.000 pessoas com "pré-diabete", ou anomalias na concentração de açúcar no sangue. Pesquisas sugerem que pelo menos metade delas viriam a ter diabete tipo 2 ao longo de três anos. Médicos deram aos pré-diabéticos uma das duas drogas testadas , uma combinação de ambas ou nenhum remédio. Resultados do tratamento combinado não foram divulgados.Na parte do estudo publicada na Lancet, 306 dos 2.365 voluntários que tomaram rosiglitazona por um período médio de três anos tiveram diabete ou morreram, contra 686 dos 2.634 que não receberam a droga. Mas 14 dos que tomaram essa droga desenvolveram problemas cardíacos, contra apenas dois dos que não receberam o remédio.

>> Santa Casa lançará campanha para doação de órgãos.

São Paulo - 'Doe alegria, amor e esperança. Seja Doador de Órgãos e Tecidos.' Com esse tema, a Santa Casa de São Paulo irá lançar no próximo dia 25 a 7ª Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos. Para ser um doador, não é necessário deixar nada por escrito. Basta comunicar a família do desejo da doação ainda em vida. Assim, ela só irá acontecer após a autorização dos parentes.De acordo com Vanglis de Vasconcellos Soler, coordenador da Organização da Procura de Órgãos da Santa Casa, existem dois tipos de doador. O primeiro contempla a pessoa viva e saudável que pode doar um dos rins, parte do fígado e parte da medula óssea. Pela Lei, segundo Soler, parentes até quarto grau e maridos ou esposas podem ser doadores. Não parentes, somente com autorização judicial.Há casos do doador falecido, que inclui pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral, o AVC. A retirada dos órgãos é feita em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia. Soler completa que, os órgãos doados vão para pacientes que precisam de transplante e aguardam em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde e controlada pelo Ministério Público.'O doador é um herói anônimo. As pessoas devem doar', apelou Soler. Ele destacou que, em todo o Estado de São Paulo, pelo menos 16 mil pessoas aguardam por um transplante e que o rim é o órgão mais esperado. A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)parceira da Santa Casa na campanha, informou que, no ano passado, em todo o País, foram feitos 1.768 transplantes de rim doados por pessoas vivas e 1.594 doados por falecidos.No dia 30 deste mês, o shopping Pátio Higienópolis terá funcionários da Santa Casa que irão entregar cartões de doadores, panfletos, com plantão de esclarecimento de dúvidas. A Santa Casa ainda tem postos de informações em cinco hospitais: Beneficência Portuguesa, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital São Paulo, Samaritano e Sírio Libanês.

>> Antiinflamatórios aumentam risco de enfarte, afirmam cientistas.

São Paulo - Dois anos após a retirada do mercado do antiinflamatório Vioxx e um ano depois da suspensão das vendas do Bextra, em função da publicação de estudos que atestavam que o medicamento aumentava os riscos de problemas cardíacos e renais, surge outra polêmica. Novos estudos científicos sobre os efeitos colaterais de antiinflamatórios indicam que remédios amplamente prescritos também aumentam o risco em até 40% de enfartes e derrames. Um deles refere-se particularmente ao diclofenaco, no mercado desde 1988 e vendido sob os nomes comerciais Voltaren e Cataflam, ambos do laboratório Novartis. A empresa, no entanto, garante não ter planos de suspender as vendas, feitas no Brasil facilmente sem receita médica.Segundo pesquisadores da Universidade de Newcastle, na Austrália, o composto aumenta o risco de acidentes cardiovasculares em até 40%, desde o primeiro mês de tratamento. “O resultado é surpreendente”, diz o farmacologista Anthony Wong, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “O diclofenaco faz parte de uma geração de antiinflamatórios que protege contra a formação de coágulos sanguíneos e, portanto, evita problemas circulatórios. Mas precisa ainda ser confirmado com estudos clínicos.”Além do diclofenaco, existem hoje no mercado mais quatro princípios ativos da chamada primeira geração de antiinflamatórios, os não-esteroidais: ibuprofeno (Advil), nimesulida (princípio do Nisulid), naproxeno (Naprosin) e piroxican (Feldene). Eles agem principalmente numa substância que participa do processo de inflamação chamada COX-1. Ela está presente em todo o organismo. A boa notícia é que nem todos os remédios antigos apresentam os mesmos problemas. O naproxeno não influenciou o sistema cardiovascular, por exemplo.O FDA, órgão que regula remédios e alimentos nos EUA, anunciou que as novas evidências não mudarão a resolução sobre os antiinflamatórios não-esteroidais.Em nota, a Novartis diz que “a meta-análise não é aceita pelos órgãos reguladores como evidência clínica para suporte de registro de produtos”. A empresa, entretanto, garante que vai analisar mais profundamente o assunto. “Não reconhecemos a validade médica do estudo”, afirma Nelson Mussolini, diretor corporativo da Novartis.Foram revisados 23 estudos clínicos, que envolveram cerca de 1,6 milhão de pessoas. Os dados foram publicados ontem no site da revista da Associação Médica Americana por causa de suas implicações na saúde pública - na versão impressa, sairá apenas na primeira semana de outubro. A revista também publica novas evidências de risco da segunda geração de antiinflamatórios, os inibidores seletivos de COX-2, presente nas articulações. Entre eles estão o Bextra, o Celebrex (ambos da Pfizer) e o próprio Vioxx (da Merck). O Celebrex, considerado boa alternativa pelos médicos, aumenta o risco de doenças cardíacas quando ministrado em altas doses. O Vioxx aumentava a chance de problemas renais em cerca de 50% e quase triplicava o risco de enfartes.

13.9.06

>> SP tem o menor número de casos de rubéola da história.

Os casos de rubéola despencaram em São Paulo neste ano, registrando apenas 11 até este mês. O Estado deve chegar ao fim do ano com o menor número de casos da história, segundo um recente estudo da Secretaria de Estado da Saúde.
Os 11 casos deste ano somam 0,5% do registrado em 2000, quando 2.566 pessoas sofreram com a doença. Em 2001 uma grande campanha de vacinação em massa para mulheres na faixa dos 15 aos 29 anos foi realizada e contabilizou 4,8 milhões de pessoas imunizadas.
No mesmo ano da campanha foi registrada uma queda de 82,7% nos casos de rubéola em comparação a 2000, com 1.486 casos. Em 2002 foram registrados 277 casos; em 2003 foram 152 e em 2004, 129. No ano passado a doença afetou 35 pessoas.
"A vacinação é de extrema importância para a queda de doenças. São Paulo mostra que um trabalho sério dá resultados. A contribuição da população leva para bons resultados como esse", afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
Entenda a doençaA rubéola é uma doença infecciosa causada por vírus que acomete crianças e adultos, embora seja mais comum na infância. Trata-se de uma doença benigna que causa febre, "rash" (manchas tipo "urticária" na pele) que dura aproximadamente três dias e aumento de gânglios linfáticos (como a língua).
Em mulheres grávidas a doença pode causar aborto. Se nascer, o bebê infectado pode apresentar problemas como cegueira, surdez e retardo mental, característicos da Síndrome da Rubéola Congênita.
A rubéola é adquirida através da inalação de gotículas de secreção nasal de pessoas contaminadas com o vírus ou via sangüínea, no caso do feto, a partir da mãe grávida. Crianças nascidas com rubéola podem permanecer fonte de contágio por muitos meses.
Para manter o controle da doença, a Secretaria do Estado da Saúde disponibiliza a vacina contra a rubéola em postos de saúde. As mães são orientadas a levar seus filhos para receber primeiro a vacina SCR do calendário da criança.

>> Secretaria da Saúde promove semana contra o HPV.

São Paulo - A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo promove a Semana de Prevenção ao HPV até sexta-feira. Para obter informações sobre o assunto, basta passar nos postos de saúde, que contarão com uma programação variada, como atividades de aconselhamento, reuniões com comunidade para conscientização da importância de prevenção e tratamento da doença e apresentação de vídeo educativo sobre como identificar uma doença sexualmente transmissível. O atendimento é das 7h às 19h. Para mais informações, ligue (011) 3241-2224

>> Começa hoje a campanha por pulmões saudáveis.

São Paulo - A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia lança hoje a Campanha Nacional de Combate à Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). O evento, que acontece no hotel Mercure Central Towers, contará com a presença do pneumologista Mauro Zamboni, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. A meta é levar à população mais informação sobre a síndrome, que é fatal e afeta pessoas de todas as idades. O diagnóstico precoce é a melhor maneira de se evitar o avanço da doença

12.9.06

>> Hipertensão arterial.

Estima-se que 25 milhões de brasileiros sofram de hipertensão. Desta população, metade não sabe que tem a doença, 25% sabem, mas não tratam e apenas 25% tratam adequadamente. O mais importante é que este problema, em geral, não tem sintomas. O primeiro sinal de sua existência pode ser um infarto, ou um acidente vascular cerebral. A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e da trombose, que comprometem os sistemas cardíaco, cerebral, renal e vascular periférico. É responsável por cerca de 30% dos infartos e dos acidentes vasculares cerebrais, está na origem de doenças crônico-degenerativas, que comprometem a qualidade de vida das pessoas, e suas complicações são responsáveis por alta freqüência de internações. “O clínico geral tem papel fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento destas doenças. Primeiro porque cerca de 40% dos pacientes que chegam ao consultório do clínico, atualmente, apresentam estas doenças. Depois porque, em geral, é o primeiro e, muitas vezes, o único profissional a ser procurado pelo paciente”, destaca o dr. Abrão José Cury Jr, presidente da Regional S. Paulo da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. O ideal é que a hipertensão seja tratada por uma equipe multiprofissional, porém a maioria dos serviços do país não oferece o atendimento completo. Diante disso, o papel do clínico se torna ainda mais importante e abrangente. Cabe a ele oferecer ao paciente, além do tratamento médico, orientação nutricional e de atividade física, bem como apoio psicológico, já que se sabe que a maioria dos pacientes abandona o tratamento. O coração bate 60 a 80 vezes por minuto, durante a vida, e impulsiona de 5 a 6 litros de sangue por minuto para todo o corpo. A pressão arterial é a força com a qual o coração bombeia o sangue através dos vasos e é determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a resistência que encontra para circular no corpo. Pode ser alterada pela variação do volume ou da espessura do sangue, pelos batimentos cardíacos e pela elasticidade dos vasos. A hipertensão é caracterizada quando a pressão arterial está acima de 140 x 90 mmHg (milímetros de mercúrio) em adultos com mais de 18 anos, medida em repouso de quinze minutos, confirmada em três vezes consecutivas e em várias visitas médicas. Às vezes, a pressão pode subir como conseqüência de atividade física, estresse, drogas, alimentos, fumo, álcool e café. A pressão é considerada normal quando a pressão sistólica (máxima) não ultrapassa 130 e a diastólica (mínima) é inferior a 85 mmHg. Frente à sua importância e prevalência, a Hipertensão é tema do VI Congresso Paulista de Clínica Médica, que acontecerá nos dias 29 e 30 de Setembro de 2006, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo (SP). Informações no site www.clinicamedicaonline.com.br

>> Estudo aponta consciência em paciente vegetativo.

Washington - Técnicas avançadas de produção de imagens descobriram sinais surpreendentes de consciência num mulher em estado vegetativo, dizem cientistas britânicos em artigo publicado na edição desta semana da revista Science - descoberta que complica uma das principais questões éticas da Medicina.O trabalho certamente atrairá apelos de parentes desesperados para saber se seus entes queridos, cuja recuperação é considerada além da capacidade da Medicina, têm algum tipo de vida mental de que os médicos sequer suspeitam. Mas ainda é muito cedo para criar esperanças, dizem os cientistas. Não há como saber se a mulher pesquisada no estudo, de 23 anos e que sofreu dano cerebral há mais de um ano, irá se recuperar, e, portanto se a atividade cerebral registrada tem algum significado médico. Além disso, o ferimento específico estudado pode não ser típico dos demais pacientes em estado vegetativo.Não há, sequer, consenso sobre se a mulher realmente demonstrou consciência - ela parece ter conseguido obedecer, mentalmente, algumas ordens - ou se o cérebro apenas reagia automaticamente à fala dos cientistas. "Foi apenas uma paciente. O resultado de uma paciente não nos diz se outros pacientes terão resultados similares", disse o principal responsável pelo experimento, o médico Adrian Owen.A mulher estudada foi ferida num acidente de carro. Quando Owen fez imagens de seu cérebro, cinco meses depois, ela havia sido declarada em estado vegetativo - incapaz de reagir, fisicamente, a uma bateria de testes. Uma pequena porcentagem das pessoas se recupera após um curto período em estado vegetativo.Os que não melhoram após muito tempo são classificados em "estado vegetativo persistente", como Terri Schiavo, cujo caso desencadeou uma controvérsia política nos EUA sobre a questão de se tirar ou não esses pacientes dos aparelhos que os mantêm vivos. No caso de Schiavo, uma autópsia revelou dano cerebral irreversível.Segundo Owen e colegas, leituras do cérebro da mulher analisada no novo estudo, feitas com ressonância magnética funcional (fMRI), mostram que ela preserva alguma consciência, a despeito do estado vegetativo.Como eles sabem disso? Primeiro, checaram se ela conseguiria entender a fala. Quando lhe disseram "há café com leite e açúcar", as imagens de fMRI mostraram reação nas mesmas regiões do cérebro ativadas em voluntários saudáveis que ouviram a mesma frase.Depois, Owen pediu à mulher que realizasse uma tarefa mental - que se imaginasse jogando tênis e caminhando pela casa. Regiões do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos se ativaram no cérebro dela, da mesma forma que no de voluntários saudáveis usados na comparação. "Não há outra explicação para isso, além de que ela tinha decidido, intencionalmente, envolver-se no estudo e fazer o que pedíamos", disse Owen. Outros cientistas, porém, não vêem a questão tão fechada. Os resultados não são "totalmente convincentes de consciência", diz o neurocientista Lionel Naccache, do instituto Nacional de Ciências da França.

11.9.06

>> Médicos não sabem lidar com tabagismo, revela pesquisa.

São Paulo - Um levantamento realizado pelo laboratório Pfizer em 16 países com 2.800 médicos, fumantes e não-fumantes, revela que a maioria deles precisa de orientação para tratar de tabagistas. Embora 90% dos profissionais recomendem o abandono do cigarro, apenas 47% deles elaboram com seus pacientes um plano para atingir a meta. Além disso, cerca de 20% consideram que fumar não é um problema de saúde, mas uma opção.

>> Hospitais investem no público 5 estrelas.

São Paulo - O Hospital São José, recém-inaugurado em São Paulo, mais parece um hotel cinco-estrelas. Lobby luxuoso, apartamentos de 75 metros quadrados com sala de estar e varanda, localização privilegiada num prédio de nove andares cercado de árvores centenárias e tecnologia de ponta em diagnóstico por imagem.Faz parte de um segmento que não pára de crescer no País - o de hospitais top de linha, concebidos para atender a um público que tem convênio médico especial e está acostumado a luxo e conforto. Já são 34 cinco-estrelas no Brasil, segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados.A concorrência é mais acirrada em São Paulo. O São José, por exemplo, localizado na Bela Vista, integra o complexo da Beneficência Portuguesa - uma instituição tradicionalmente voltada para o grande público e que, até agora, estava fora desse nicho sofisticado. Os pacientes do sistema público de saúde, o SUS, respondem por 60% do atendimento. Os demais são de classe média, clientes de planos de saúde.'Desospitalização'Para entrar na briga por esse mercado, a Beneficência investiu US$ 8 milhões em equipamentos no São José. "Montamos o hospital mais moderno do País. Nosso objetivo é concorrer com o Sírio-Libanês, o Albert Einstein e o Incor", diz o empresário Antonio Ermírio de Moraes, presidente da Beneficência Portuguesa. Dos 111 leitos do São José, 70 são para internação. O hospital dispõe de 14 vagas na UTI, 6 na semi-intensiva e 7 salas cirúrgicas.Pode parecer contraditório, mas um dos motivos para o atual boom dos hospitais top de linha é um fenômeno conhecido como desospitalização. Isso porque o maior faturamento dos hospitais se dá nos primeiros dias de internação. Se a instituição não tem recursos de diagnóstico e cirúrgicos de ponta, perde pacientes e receita.Há dez anos, o paciente que se submetia a uma cirurgia de vesícula, por exemplo, ficava cinco dias internado. Hoje, sai no dia seguinte. Para tratar de uma endocardite (inflamação no coração), a média era de um mês de internação. Atualmente, depois de dias internado, o paciente continua o tratamento em casa, com antibióticos."As chances de um hospital modesto sobreviver são cada vez menores", avalia Carlos Suslik, coordenador do MBA em Gestão de Saúde do Ibmec São Paulo. Um levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados mostra que os hospitais cinco-estrelas oferecem sete tomógrafos e seis aparelhos de ressonância para cada mil leitos. Nos hospitais mais modestos, essa relação é de 1,26 máquina de ressonância e de 4,4 tomógrafos por mil leitos.Em nome da humanização, os top de linha investem também no ambiente. A idéia é fazer com que o paciente e os familiares não percebam que estão num hospital. Nas UTIs do São Luiz, do Santa Catarina, do Albert Einstein e do Hospital do Coração, por exemplo, os aparelhos ficam atrás do leito, escondidos do paciente. Quartos têm janelas amplas,que permitem a iluminação natural.Ao contrário do que se imagina, muitos desses hospitais são filantrópicos e participam da saúde pública. "Eles têm isenções de impostos se investem em programas públicos", diz Suslik, do Ibmec. O Samaritano, por exemplo, participou do último mutirão ginecológico gratuito da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. O Sírio-Libanês capacita médicos da Prefeitura e o Einstein abriga a maior equipe de transplante de fígado - 90% dos transplantes são pagos pelo SUS.

5.9.06

>> 'Polipílula' cardíaca poderá salvar milhões, dizem médicos.

Barcelona - Um pílula ainda em desenvolvimento para tratar problemas cardíacos, que combina três drogas, poderá salvar milhões de vidas, principalmente nos países em desenvolvimento, disseram especialistas no Congresso Mundial de Cardiologia. A chamada "polipílula" conterá aspirina, estatinas e inibidores de ACE - drogas que, sabe-se, evitam problemas cardíacos recorrentes - e será usada para evitar ataques do coração, derrames e outros problemas cardiovasculares."Potencialmente, milhões de vidas poderão ser salvas em todo o mundo com isso", declarou o médico Sidney Smith, presidente da comissão consultiva científica da Federação Mundial de Cardiologia. "Sabe-se que essas terapias reduzem a mortalidade em mais de 50%".Cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem de doença cardíaca todo ano, com cerca de 80% dos ataques cardíacos ocorrendo em nações de renda baixa ou média. A federação, que promove a polipílula, diz que ela poderá estar pronta em dois anos. Seria testada inicialmente na Espanha, antes de ser exportada para outros mercados, como a China, por 20% do custo das terapias cardíacas atuais.A polipílula seria provavelmente usada em pacientes com histórico conhecido de problemas cardíacos, e seria mais fácil de tomar, levando mais pacientes a seguir o tratamento. "As pessoas não gostam de tomar cinco ou seis remédios", disse a médica Sania Nishtar, presidente de uma ONG baseada no Paquistão. "Seria muito mais fácil tomar só um".Alguns especialistas, porém, dizem que a abordagem de usar uma única pílula como uma terapia de "tamanho único" é enganosa e pode levar a complicações maiores, já que cada componente da polipílula tem seus próprios efeitos colaterais.

4.9.06

>> Cientistas transformam células em predadores de tumores.

São Paulo - Cientistas americanos conseguiram transformar células normais em "predadores" de tumores, que eliminaram qualquer sinal de melanoma (câncer de pele) em dois homens que já haviam passado pelos métodos tradicionais de tratamento, como quimioterapia. É a primeira vez que uma terapia genética tem casos bem-sucedidos no combate à doença.Os pacientes tinham melanomas agressivos, tipo de câncer que mata milhares de pessoas por ano e com taxa alta de reincidência. Eles regrediram e sumiram um ano depois do tratamento e o sucesso foi mantido durante o ano seguinte. Os cientistas continuarão a acompanhá-los.A terapia ainda é experimental, pouco efetiva (de 17 voluntários, 15 não apresentaram a mesma resposta) e só funciona para melanoma. Mas o Instituto Nacional do Câncer dos EUA comemora o feito, pois atacou o tumor em seu pior estágio, quando se espalha pelo corpo, ao contrário de outras estratégias que focam um único tumor.O governo espera testar a técnica em alguns pacientes que sofrem de cânceres mais comuns, como o de mama. A esperança é que, um dia, o tratamento forneça uma supressão dos tumores a longo prazo. "Não é como a quimioterapia ou a radioterapia, que uma vez terminada não há mais o que fazer", diz Steven Rosenberg, líder da pesquisa que foi detalhada no site da revista Science (www.sciencemag.org). "Damos células vivas que continuam a crescer e funcionar no corpo."A técnica é simples e engenhosa. Ela "ensina" as células brancas a achar o tumor com receptores específicos ao antígeno do câncer, que sofre então um ataque. As células brancas chamadas linfócitos T são especialistas em exterminar germes do corpo. Mas células cancerosas passam como saudáveis, invisíveis aos linfócitos.Em 2002, Rosenberg descobriu que alguns pacientes com melanoma carregam linfócitos T especializados em atacar o tumor. Ele separou essas células do sangue, cultivou bilhões delas em laboratório e as reinseriu no corpo deles. Cerca de metade mostrou uma melhora significativa.Mas nem todos os pacientes produzem um número mínimo desses linfócitos para serem detectados em exames de sangue. Foi quando ele decidiu fabricá-los.Continuidade - "Estou curado", disse um dos pacientes, Mark Origer, de 53 anos. "Sei como sou afortunado por ter respondido ao teste. Nem todos tiveram a mesma sorte." Só ele e outro homem, de 30 anos, eliminaram os tumores. Nos outros 15 casos, o número de células modificadas foi baixo. Por que apenas duas pessoas responderam ao tratamento? Patrick Hwu, da Universidade do Texas, arrisca dois motivos: há muitos tipos de linfócitos T e pegar os ideais para alterá-los geneticamente é muito difícil, ou talvez receptores mais precisos sejam necessários. "Mas são todas questões solucionáveis.""Temos de ser cautelosos para não criar expectativas grandes. Mas é empolgante e prova que o conceito funcionará", diz Len Lichtenfeld, da Sociedade Americana de Câncer.

1.9.06

>> Nutricionistas combatem as 'dietas milagrosas'.

São Paulo - "Elimine 7 kg em duas semanas", "faça a dieta da lua e perca 4 kg em 10 dias" ou "conheça a dieta do carboidrato e fique linda e magra". Estes são alguns exemplos de manchetes que, com freqüência, estampam a capa da maioria das revistas femininas. A promessa é exterminar, em poucos dias, a gordurinha extra de suas leitoras. As mulheres, alucinadas com a possibilidade de conquistar o corpo dos sonhos, começam a dieta no mesmo dia.Porém, no outro lado da história, há uma turma que está preocupada com as conseqüências de tantas promessas sem fundamento: os nutricionistas. Eles, que comemoram hoje o Dia do Nutricionista, fazem de tudo para alertar a população sobre o problema de ingerir alimentos que não suprem a quantidade de nutrientes que o corpo humano exige. "As pessoas não imaginam o que terão de encarar futuramente. Existe uma série de malefícios para a saúde de quem se alimenta de forma inadequada", avisa Erika Suiter, nutricionista do Hospital Sírio Libanês.Por isso, é preciso ficar atento, pois algumas pessoas se atrevem a dar palpites sobre como devemos conduzir a nossa alimentação, mas se esquecem de que existem profissionais capacitados e que esclarecem com propriedade dúvidas sobre a conduta alimentar diária. "Depois de um tempo, descobri que o nutricionista é fundamental para qualquer ser humano. Tinha uma alimentação desregrada. Agora estou bem mais disposta", lembra a dona de casa Marina Machado, de 45 anos.Segundo Alessandra Toledo, nutricionista da loja Mundo Verde, seus pacientes buscam uma alimentação mais saudável, rica em proteínas e fibras, mas não sabem direito o que ingerir. Por isso, ela acredita que é importante orientá-los de forma didática. "É uma tendência mundial as pessoas se preocuparem cada vez mais com o que ingerem", diz. Já Legiane Rigamonti, nutricionista do Sesi-SP, acredita que o problema esteja no consumo exagerado. "Nosso papel é o de orientar as pessoas sobre o que elas podem ingerir com mais e menos intensidade. Todo mundo pode comer de tudo, basta ter cautela", ensina.Presentão - A preocupação com a saúde da população é tão grande - e deve ser levada a sério, independentemente da idade - que, a partir de dezembro, o Brasil adotará parâmetros próprios para avaliar o estado alimentar e nutricional da população escolar. Atualmente, são usados parâmetros norte-americanos, incompatíveis com a cultura alimentar brasileira. "A adequação dos valores à alimentação escolar permitirá que os nutricionistas elaborem cardápios que atinjam 15% das necessidades nutricionais diárias das crianças", explica a nutricionista Albaneide Peixinho, coordenadora-geral do programa.

>> Anvisa suspende venda de suplementos alimentares.

Brasília - A importação, o comércio e o uso de duas marcas de suplementos alimentares foi suspensa em todo país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A alegação é que os suplementos possuem substâncias proibidas para este tipo de produto.A medida vale para todos os lotes dos produtos Herbal Dietary Supplement Yellow Swarm, produzido pela Nve Pharmaceuticals, que tem em sua composição a efedrina - uma substância sujeita ao controle especial. Já o produto Dietary Supplement Androstene 100, da empresa American Strength Products, possui androstenodiona.A Anvisa também determinou a suspensão da importação em todo o país dos lotes do produto Diu Hkupper, fabricado pela empresa Medical Engineering e importados após sete de novembro de 2001 pela empresa Cimed Comercial, de Porto Alegre (RS). O produto não possui registro junto a Agência.