22.9.06
>> Número de transplantes volta a crescer em SP.
São Paulo - Foram exatos 370 dias de espera. Inscrito em 25 de abril de 2005 para um transplante renal, o jornalista Gabriel de Carvalho Navajas, 27 anos, foi operado no último 1º de maio no Hospital do Rim e Hipertensão. "Minha mãe me acordou para dizer que o rim haveria chegado. Pensei que estivesse sonhando e voltei a dormir. Mas, ao me dar conta de que era real, pulei da cama e comecei a me trocar. Mal conseguia amarrar o tênis de tanta ansiedade. Nem acreditei que, em tão pouco tempo, eu ia fazer o transplante. Eu rezava e continuo rezando até hoje para a pessoa que me doou o rim", diz.Navajas, que enfrentou uma dura rotina - foram 16 meses de hemodiálise (três vezes por semana, quatro horas por sessão) - até o dia do transplante, faz parte de uma feliz estatística divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde, ontem: o número de transplantes cresceu.O aumento, ainda tímido (5% no semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado), foi comemorado pelo coordenador da Central de Transplantes do Estado, Luiz Augusto Pereira. "É um dado muito importante, com certeza, pois vem subindo progressivamente. Hoje temos dez equipes, quatro na Capital e seis no Interior, responsáveis pelos transplantes", explica. Pereira atribui o saldo positivo a melhorias no processo de captação de tecidos e campanhas de conscientização sobre a importância da doação.No balanço estadual, os transplantes de córneas (consideradas tecidos) tiveram crescimento de 13,5% em relação aos primeiros seis meses de 2005 e 55% ao mesmo período de 2004.Este ano promete ser o segundo melhor da história, em relação aos transplantes de órgãos (sem contar córneas): até o final de junho, o Estado realizou 555 transplantes de órgãos - 5% a mais do que o ano passado (529), mas muito menos do que 2004 (718).A Secretaria Estadual de Saúde lança hoje o seu novo sistema de informática, que concentrará informações repassadas diretamente pelas equipes responsáveis pelos pacientes. Ele evitará erros de digitação, extravio de documentos e demora na inserção de dados. Atualmente, 90 mil documentos (1 milhão de dados) são inseridos ou atualizados manualmente.A ficha do jornalista Navajas, felizmente, não constará no sistema. Recuperando, agora ele se dedica à retomada dos prazeres cotidianos. "A mudança mais significativa para mim é ter de tomar água, bastante água. É do que eu mais sentia falta, quando fazia hemodiálise. Tomar um copo d'água vale muito."
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