23.8.06

>> Medicamentos falsificados ameaçam saúde pública mundial.


Os medicamentos são uma das grandes ameaças à saúde pública mundial. Parece um paradoxo, mas em causa estão as falsificações que, nalguns países, oscilam entre um e os 50 por cento do mercado farmacêutico, segundo uma investigação hoje divulgada pela revista britânica The Lancet. Na União Europeia (UE) foram identificados 170 medicamentos que foram alvo de contrafacção através de canais ilegais de distribuição, nos últimos cinco anos, segundo o Infarmed - entidade que desaconselha a compra de fármacos pela Internet.Somente 5 a 15 por cento dos Estados que pertencem à Organização Mundial de Saúde (OMS) comunicam a esta entidade os casos de medicamentos contrafeitos, denuncia a The Lancet, citada pela France Press, assegurando que na Índia, por exemplo, as falsificações atingem 13 a 30 por cento dos medicamentos. Ainda neste país, estima-se que 30 a 50 porcento das seringas usadas voltem às lojas para serem de novo vendidas. Os americanos, por seu lado, garantem que um em cada dez medicamentos no mundo é falso.No Bangladesh, um xarope com um antigel provocou a morte a centenas de crianças, sendo que o mesmo drama já tinha sido registado na Índia e na Nigéria nos anos 90, segundo os investigadores que assinam o artigo da revista The Lancet . Na China, o ano passado, foram também apreendidas falsas vacinas contra a gripe das aves. Entre os doze principais medicamentos usados contra o paludismo, oito foram objecto de contrafacção.Os exemplos abundam. Mas diferem de país para país, conforme forem mais ou menos ricos. Entre os pobres, os mais falsificados são os medicamentos de combate às infecções. Nos ricos, abundam as falsificações relacionadas com doenças crónicas, nomeadamente os fármacos indicados para a disfunção eréctil, entre estes o Viagra.Preconizando "um plano de acção global e pragmático, juntando organizações governamentais, técnicos de saúde, a indústria farmacêutica e a sociedade civil", e também a OMS, os investigadores consideram "urgente" ajudar 30 por centos dos países do mundo a terem medidas de controlo no domínio do mercado farmacêutico.Os investigadores recomendam também que se forneçam medicamentos seguros a certos países alvo, de forma a evitar o mercado da contrafacção. Entre 771 notificações recebidas pela OMS entre 1982 e 1999, 48 por cento eram de países da costa oeste do pacífico, sendo que 51 por centos dos casos estavam relacionado com anti-inflamatórios.Perigo via InternetA União Europeia tem um controlo muito apertado sobre os medicamentos. Mas, ainda assim, segundo o Infarmed - autoridade que regula em Portugal este sector - nos últimos cinco anos foram identificados 170 medicamentos contrafeitos. Entre os casos detectados encontram-se os medicamentos lifestyle, as hormonas de crescimento utilizadas na musculação e os sedativos. Cópias não autorizadas ou falsificações de medicamentos licenciados para o tratamento da disfunção eréctil e para infecções virais (como o caso do Tamiflu) também estão presentes nas listas dos falsificadores. Podem ainda encontrar-se alguns que não contêm qualquer substância activa do medicamento em causa ou até com a substância activa errada.A Internet é o canal de distribuição mais vulnerável à contrafacção, avisa o Infarmed, que, desta forma, desaconselha a compra de remédios por esta via.

2 comentários:

Anônimo disse...

Temos que ficar de olho no que compramos hoje em dia, ainda mais quando se trata de remédio.
O povo precisa saber avaliar o produto pra saber se tem algum indício de falsificação

Anônimo disse...

Hoje em dia precisamos tomar cuidado com tudo que compramos ! E manter sempre informado o povo para que não exista complicações maiores.