SÃO PAULO - O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, acusou o governo petista de desviar recursos destinados à saúde para outras áreas, como o Bolsa Família. "O governo federal tem desviado recursos; o Tribunal de Contas demonstrou. Só para o Bolsa Família foram desviados R$1,6 bilhões; nada contra o Bolsa Família, mas não é gasto de saúde", disse o tucano ao ser sabatinado no auditório do Grupo Estado.
Serra ainda alfinetou: disse que a melhor coisa que o PT faria no campo da saúde pública seria "o Ministério da Saúde cumprir, e não descumprir, a emenda constitucional, que eu mesmo coordenei a aprovação, que assegura gastos mínimos da União, dos estados e dos municípios."
O candidato defendeu o restabelecimento de mutirões de cirurgia de catarata que, segundo ele, foram suspensos. "Nós estávamos operando 300 mil pessoas por ano no Brasil, agora vai cair para 100 mil, que não dá conta se quer do aumento vegetativo destas pessoas com problema de catarata".
Serra condenou, também, a atuação do governo federal em relação aos medicamentos genéricos. Ele afirmou que na sua gestão "um medicamento genérico era examinado em coisa de três, quatro meses, isso passou para um ano agora". "Tudo aquilo que eu fazia no Ministério da Saúde e tinha muito a marca minha, foi deixado de lado".
Medicamentos
O candidato negou uma possível integração entre o programa de entrega domiciliar de medicamentos, efetuado pela prefeitura e o programa de Farmácia Popular, do governo federal, classificando ultimo com "cosmético". "Nós distribuímos na prefeitura 174 medicamentos. É quatro vezes maior que a maior lista que tem no Brasil." Segundo ele, uma pesquisa do Ibope apontou que 94% consideram ´ótima e boa´ a distribuição de medicamentos na cidade de São Paulo e as Amas (atendimento médico ambulatorial), "que é um misto de pronto-socorro e unidade básica de saúde", tem aprovação de 92%. Comentou, ainda, que as Amas são parcerias com entidades como Santa Marcelina, Unisa, Unifesp, Fundação Zerbini.
Ainda sobre o tema medicamentos, Serra retomou sua atuação no Ministério da Saúde,"nós criamos a Farmácia Básica - R$1 município, R$1 estado, R$1 União por habitante. Com o que foi gasto nessa Farmácia Popular dava para mais do que duplicar a Farmácia Básica, sem ter o mesmo efeito eleitoral. Na Farmácia Básica é o Estado ou o Município que distribuem. Nós fizemos muito isso, mas essa não é a ótica do governo federal".
O candidato afirmou que "o problema do interior é esse, é o da distância" e defendeu criação ou recriação de 20 ambulatórios regionais, "pra começar, para poder atender especialidades e tudo mais, no interior todo".
Segundo Serra, as Santas Casas respondem por 50% dos leitos ofertados pelo SUS nos hospitais. "São Paulo é o estado, de longe, onde a filantropia séria tem mais peso. E as Santas Casas estão estranguladas por causa das transferências do SUS. Foi um movimento contrário ao que aconteceu no ministério". Defendeu um sistema de financiamento público das dívidas das Santas Casas, dando como exemplo, mais uma vez, sua gestão no Ministério da Saúde, "criamos aquilo que a imprensa chamou de Proer das Santas Casas". Esse programa incluiria renegociação das dívidas e subsídio das taxas de juros, "exigindo modernização administrativa como contrapartida".
25.8.06
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3 comentários:
Época de eleição é sempre assim não é mesmo, sempre surem acusações, um querendo mostrar que fez mais do que o outro, é sempre a mesma história.
Não sei se as acusações de Serra são verdadeiras, mas concordo que quando ele foi Ministro da Saúde, a nossa saúde esteve bem melhor do que está hoje. Ele teve participação muito mais efetiva do que o PT.
Eleição é isso mesmo.. Um acusando o outro e realizar projetos que é bom NADA!
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